Tudo o que envolve relações entre pessoas pode, à partida, trazer problemas. É normal que assim seja, os homens não são máquinas, pensam por si, reagem de forma espontânea, dizem coisas que uma máquina certamente não diria. E isso, normalmente, pode causar problemas. É, então, necessário espírito de grupo em tudo o que fazemos com outras pessoas.
Muitos são os projectos, independentemente do seu teor, que terminam por culpa de intrigas, conflitos, individualismos. O mesmo será dizer que muitos são os projectos que terminam por falta do tal espírito de grupo. Depois há sempre alguém que lamenta um mau desfecho, note-se, quase sempre inevitável nestes casos. Eu não. As pessoas devem aprender com os erros e tentar melhorar através dos maus resultados e das consequências dos seus actos. Não lamento, por isso, que se terminem ligações, mesmo que estas tenham elevado potencial, se não existe da parte de todos os intervenientes a mesma disponibilidade, o mesmo interesse, a mesma vontade.
O espírito de grupo é cada vez mais esquecido na gaveta pelas pessoas, porque se julgam capazes de conseguir sozinhos objectivos que só se conseguem com base na cooperação e na interacção. Nunca gostei do termo “humildade”, pelo menos do sentido que o senso comum lhe atribui, porque gosto de pessoas activas, ambiciosas, interessadas. Apesar disso, há momentos em que devemos perceber que sozinhos somos poucos e que juntos podemos ser muitos mais. E, nestes casos, até dou o braço a torcer: que haja mais humildade, se isso significar mais vontade, mais disponibilidade e, sobretudo, mais interesse.
Nota: Texto incluído no semanário de avaliação contínua,da cadeira opcional não jurídica Pensamento Crítico, da Escola de Direito da Universidade Católica Portuguesa.
Passo a completar a definição de humildade:
ResponderEliminarHumildade é também saber admitir que se errou, saber aceitar as opiniões dos que nos rodeiam e, pelo menos, tentar compreender os seus ideais. :)