sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sócrates no País das Maravilhas - Segundo Episódio

Desde que criei este blogue, há cerca de três semanas, José Sócrates já protagonizou duas intervenções bem ao seu estilo. A primeira, em relação ao défice na corrente legislatura, que motivou o artigo "José Sócrates e o Défice". A outra ocorreu durante o dia de ontem, quando questionado sobre o aparente crescimento da economia portuguesa em 0.3%, a primeira subida dos últimos trimestres.

Para o Primeiro-Ministro, esta pequena subida representa, desde logo, uma resposta à crise actual, destacando que Portugal se encontra na linha da frente dos países que lutam para sair da recessão, ao lado da Alemanha ou da França. Sócrates é, de facto, o PM do optimismo descabido. Curiosamente, lembro-me do antigo Ministro da Economia, Manuel Pinho, declarar o fim da crise, mesmo antes de ela atingir em cheio a nossa economia, mas isso são outras histórias. Desproporcionalidades sócristas.

Já em relação ao papel do desemprego nesta preponderante subida, José Sócrates foi mais contundente no seu depoimento. Quando questionado sobre um dos grandes falhanços da sua legislatura, o PM afirmou que será preciso esperar alguns meses para assistir a uma subida dos valores do desemprego. Não poderia deixar de ser, tudo o que seja delicado-sensível, é melhor não abusar na arrogância do costume. Gostava só de deixar esta questão: Quantos meses mais serão precisos esperar para os mediáticos 150 000 postos de trabalho prometidos em 2005?

Este foi o segundo episódio da saga "Sócrates no páis das maravilhas", que espero não tenha uma segunda temporada pós eleições legislativas. Portugal precisa de uma governação séria, com vista a um desenvolvimento consciente e não de uma governação utópica, que endivide as gerações futuras, que apenas realce o que interessa realçar e que omita ou tente escapar ao que não é tão conveniente. E que, quando não há escapatória possível, diga que o melhor mesmo é esperar. Assim, não.

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