domingo, 23 de agosto de 2009

Assessores, Pseudo-Políticos, Espiões e Desesperados

Não tenho tido muito tempo para actualizar o blogue, mas não poderia deixar passar em claro a tensão vivida entre Belém e São Bento, com protagonistas a surgirem das origens mais improváveis, acusações sem sentido, silêncios esquisitos, desesperos eleitorais eminentes. Vale tudo a pouco mais de um mês das eleições legislativas.

Começando pela base da discussão: Militantes socialistas próximos de Sócrates lançaram a suspeita sobre possíveis participações de assessores de Cavaco Silva na elaboração do programa eleitoral do Partido Social Democrata. Posteriormente, Belém fez saber, através de um anónimo, que poderia estar a ser vigiada por membros do governo. Tudo isto parece tirado de um filme, mas não... são mesmo os órgãos estruturantes do nosso país em grande estilo. De um lado temos um governo desesperado, percebendo que está na eminência de perder as eleições que se avizinham; por outro lado, um PR que perante toda esta polémica se remete ao silêncio.

Todos sabemos que esta história não passa de uma mera provocação do PS ao Presidente, mais uma. Sócrates interpretou toda a polémica como "um disparate de verão" e nada mais disse. Socialistas próximos do PM prestaram declarações suspeitas com recados implícitos à acção do PR. E Cavaco Silva remeteu-se ao silêncio, uma vez mais, não colocando ordem neste PS Sócratiano, que tenta a toda o custo impor mais quatro anos de ditadura. Estranho.

Mas voltando ao tema principal, não se consegue perceber qual a irregularidade e tamanho sentido anti-democrático numa eventual participação de assessores de Cavaco no programa do PSD. Aliás, não se percebe, de modo algum, as declarações levadas a cabo por Aguiar Branco, associando esta situação a valores éticos na política. É mais do que sabido que Ferreira Leite está ligada ao Cavaquismo. É mais do que natural que se aconselhe com pessoas próximas de Cavaco, o que não implica uma interferência partidária por parte do PR.

Para além de tudo isto, caso exista ou tenha existido ligação entre Belém e partidos da oposição não seria caso ímpar. É do conhecimento público que um assessor de Cavaco Silva, como noticia o semanário Expresso, participa na elaboração do programa eleitoral do CDS. E sobre este caso, que é factual, nenhum socialista, desta ala mais mesquinha e perseguidora, se lembrou de contestar. A única conclusão que consigo tirar de toda esta história é que os interesses politico-partidários se encontram por cima dos interesses democráticos. Esta guerra permanente entre Presidência e Governo não é saudável nem para a democracia portuguesa, nem para o povo português.

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